Me faltam palavras
e como me faltam!
Mas o que eu posso fazer
se o que emudece
transborda no olhar?
Me falta voz e articulação
Me sobra medo de
não saber o que falar
e se o fizer
sair errado
Mas me sobra sorrisos
e me sobra alma
me sobra sonhos
me sobra brilho
mas ainda me falta a fala
Me falta garganta
mas sobra sentimento
nem mil planetas o suportariam
e meu corpo tão frágil
grita mudo o quanto eu te amo
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Esse seu olhar calado
Postado por Pan Lenian R. S. às 21:05 0 comentários
E eu me levo por ai...
"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca." (Clarice Lispector)
Essa mania minha de liberdade, de deixar voar os passarinhos, de valorizar a alma, de deixar cantar a música do amor... de onde foi que eu tirei isso? Não tenho idade para tal laço com a alma universal, não tenho mente, corpo ou coração suficiente. Não sou ligada a inocência tal qual quero parecer, não preciso de algo d'alma, quero algo do corpo e da vida. Não quero algo pleno e incerto, e sim algo estável e palpável. Ora, querer viver 50 anos em 1 não é pra mim. Não estou pronta para as aventuras celestiais, mas anseio por todas as aventuras terrenas possíveis, antes que eu morra para esta realidade.
Descobri também sobre a capacidade da razão sobre o coração, felizmente, ou não, o coração é burro e se deixa enganar facilmente, ainda mais se isso resultar na cura de feridas que o matam. Mas não sou louca em crer que a razão seja tão forte a ponto de conseguir controlar o início de um sentimeto muito forte e, as vezes, até sicero.
Sou egoista e hipócrita. Não, não estou me depreciando, pois essas duas características são encontradas em todo ser humano, inclusive em você. Desculpe-me pela sinceridade óbvia e direta, mas você há de concordar comigo se pensar bem. Mas, voltando ao assunto, sou egoista e hipócrita. Egoista porque não gosto de dividir os que tenho, no entanto, não suporto o sufoco e a prisão não consentida, dai a hipocrisia. Tenho ciúmes de todos por quem zelo e preso, não gosto de ser o centro, mas me recuso a não estar no meio "principal".
Nestes parágrafos apenas quis mostrar o quanto normal eu posso ser, porem, como alguns dizem, "são as diferenças que encantam". Não sou como qualquer um. Sou única. Porém, qualquer um o é.
Sem mais...
Postado por Pan Lenian R. S. às 21:03 0 comentários
Eu ...
"Eu não posso ter tudo que quero
Mas quero tudo que posso ter
Conheço todos os meus caminhos
Mas ainda teimo em me conter
Eu não sei como começar
Mas continuo andando em linha reta
Nossos caminhos sempre se cruzão
Mas nossa história nunca é certa
Eu sei de tudo que vem e vai
Mas sempre tem um porem
E nessa brincadeira de levanta e cai
Nunca enchergo ninguêm
Eu danço, canto e sinto
Levito ao céu pra seguir o vento
Tenho muito medo de cair
Mas eu me curo com o tempo"
Postado por Pan Lenian R. S. às 20:58 0 comentários
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Palco montado
Você se monta nesse palco e se apresenta pro mundo. Se torna um personagem diferente pra cada pessoa, eu sei, eu participei do show mais perto do que eu queria, do que eu imaginava e do que a prudência me permitia. Mesmo que a razão pedisse cautela o coração implorava por uma entrega total. Mesmo que tudo fosse contra eu teimava em ir afavor. Coexistir em um mundo de pânico e alegria, só pra te ter por breves momentos. Sua mutação fez eu me perder e acabei te perdendo, mas sei que era pra ser, afinal hoje me pergunto onde tudo isso começou. Acho que nunca teve um ínico. Estava tão afobada que comecei logo do meio e também me acomodei nele.
Postado por Pan Lenian R. S. às 01:24 0 comentários
Saudade...
Que saudades de você! Nem é exatamente uma saudade física de "quanto tempo eu não te vejo", e sim uma verbal de "quanto tempo a gente realmente não conversa!". As vezes as palavras me fazem falta, ou um simples som familiar. Saudades de você agora...
Postado por Pan Lenian R. S. às 01:11 0 comentários
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Sob o Sol das onze horas
Estavam deitados sob o Sol das onze horas. Estava frio mesmo com tantas roupas pelo corpo e um campo verde os aninhando. Ele de olhos fechados, respiração calma e serena. Ela o olhando num silêncio apaixonado. Gostava tanto de observa-lo desde o dia que ganhara tamanho brilho para sua alma.
- Amor?!- Chamou ela com a voz de criança tímida que sempre adquiria ao falar sobre sentimentos com ele.
- Hmmm... - Respondeu sonolento com a voz mais grave que sempre aparecia ao falar com ela.
- Te amo - Falou com a voz ainda mais infantilizada e timidamente fraca. Sua garganta sempre teimava em se comprimir ao dizer essa frase.
Ele abriu os olhos e a olhou profundamente, não de uma maneira invasora que a fizesse desviar o olhar, mas com um calor convidativo mais forte que o próprio Sol, que a fazia sorrir e querer que tudo aquilo durasse por toda a eternidade.
- Também te amo, minha linda! - Disse lhe beijando a boca de um jeito firme e delicado, e tornou a fechar os olhos.
- Não dorme não! - Suplicou como quem pede pra não ser abandonada.
- Mas você me chamou para dormir no campo!? - Respondeu ele confuso e ainda de olhos fechados.
- Então eu retiro o convite, vamos conversar! - Falou como se fosse uma criança mimada de cinco anos.
Ele sorriu como que desiste de uma discussão muito engraçada e abriu os olhos para observá-la.
- Ok! Você quer conversar sobre o que? - Perguntou vencido.
- Não sei... - Na verdade ela não queria exatamente conversar e sim ouvir. Queria escutar a voz dele e seus pensamentos. Queria olhar seus e ver aquelas duas pintinhas na íris cor de mel. Queria observar os movimentos de sua boca, o brilho do seu cabelo, a cor da sua pele... - Não importa muito.
Ele a puxou pra mais perto do seu corpo, deitou a cabeça em seu ombro, lhe beijou o pescoço e voltou a fechar os olhos.
Ela se afastou um pouco para poder continuar a olha-lo e começou a acariciar seu rosto e cabelo.
*Estou me sentindo uma boba*
Postado por Pan Lenian R. S. às 20:20 0 comentários
Um tanto de loucura
Sou agora tudo que passou
Tudo e todos que foram,
que me amaram,
que me marcaram
Sou a solidão em meio a toda essa gente
Sou um grito sussurrado e sem forças
Sou um olhar calado
Sou todo meu passado
Sou pedaços perdidos no vento
Sou a água da chuva que leva embora
Sou a memória de quem fica
Sou a tristeza de quem teve que partir
Sou todos os pensamentos que guardei
Sou os detalhes mais ínfimos
Sou o medo de alguém que vai
sem saber pra onde ir
Sou todas as lições não aprendidas
as aprendidas eu deixo pra vocês
Sou os pólos opostos
Sem a permição de ser um meio termo
Sou minha própria morte,
minha própria sorte
e as vidas roubadas
que sem querer eu vivi.
Postado por Pan Lenian R. S. às 13:51 0 comentários